sábado, 27 de dezembro de 2014

Heróis espontâneos

Operação Big Hero (Big Hero 6, EUA, 2014)
Dir: Don Hall e Chris Williams



Adorável é o novo personagem desse último filme de animação da Disney. Baymax é esse robozão fofinho projetado para servir como um médico para atendimentos imediatos, mas é transformado em super-herói pela força das circunstâncias. É um traço de ingenuidade, coisa que faz de Operação Big Hero um filme de poucas nuances, mais infantil e divertido. Ainda assim, adorável.

Não se espera um filme com grandes questões escondidas por entre sua trama aventurosa (como tem sido uma tendência forte das animações da era Pixar, também reconfigurando um pouco o modelo água com açúcar da marca Disney). O apuro técnico é uma constante, mas se aposta também no tom emotivo/familiar como é o caso aqui.

O garoto Hiro, uma espécie de prodígio das ciências, nutre o sonho de aperfeiçoar seus conhecimentos, depois que o irmão Tadashi lhe deixa o Baymax, projetado e criado por ele. As noções de companheirismo e família surgem aqui como peças que movem os conflitos internos de um garotinho que se vê diante das surpresas do destino. Mas ele enfrenta também perigos concretos que envolvem um sujeito misterioso que parece ter roubado uma de suas geniais invenções.

Há de se dizer que essa história é ambientada num mundo de tons futuristas, uma mistura de São Francisco com Tóquio, cercada por aparatos e peças eletrônicas de tecnologia avançada. O universo em que os personagens habitam é o das infinitas possibilidades que a ciência oferece ao homem, para o bem e para o mal.

Não demora a surgirem as conspirações, um vilão que busca vingança digna das tramas de novela e ainda um espírito de coleguismo que transforma os amigos de Hiro (outrora os amigos de seu irmão) em sua nova família, também acrescidos de poderes desenvolvidos por eles mesmos. Mas é sempre muito agradável ver o Baymax em cena, sua simplicidade e atitudes pueris, com senso limitado de perigo, garantindo a simpatia imediata com o espectador. Gera os melhores momentos do filme, com boas doses de humor ingênuo, quase espontâneos, e aventuras desenfreadas. 

Operação Big Hero tem bom ritmo e adrenalina, muito leve nos seus propósitos de entreter e servir ao gosto de todos. Se escorrega nas reviravoltas um tanto rocambolescas das questões que levanta, e força as resoluções para que o final seja o mais feel good possível, o tom nunca é maior do que promete.

2 comentários:

bruno knott disse...

estou com uma ótima expectativa para esse desenho. me diverti bastante no trailer, principalmente nas aparições deste simpático baymax... já dava pra imaginar que ele seria a melhor coisa do filme!

Rafael Carvalho disse...

O resultado também me surpreendeu, Bruno. De uma certa forma, o personagem tem o espírito ingênuo de um Wall-e e isso é uma grande vantagem.