sábado, 31 de maio de 2014

Mulher solteira procura

Os Homens São de Marte... e É pra Lá que Eu Vou (Idem, Brasil, 2014) 
Dir: Marcus Baldini


A atriz Mônica Martelli protagoniza aqui uma história que ela mesma criou para o teatro, aproveitada ligeiramente para os cinemas porque segue a receita frutífera das comédias romântica que dão cada vez mais certo nessa escala fordista em que a Globo Filmes vem se especializando ultimamente.

Martelli dá vida a Fernanda, mulher quase pulando a casa dos 30 anos que quer, o quanto antes, arranjar o homem dos seus sonhos e casar de vez, cansou da eterna condição de solteira(ona). Não há nada de novo aqui: muitos homens passarão por seu crivo, entre pequenos flertes e paqueras que põem a protagonista numa série de situações complicadas e mesmo engraçadas, vá lá, o filme não é tão ruim assim nesse quesito.

O fato dela trabalhar com produção de casamentos é só mais uma ironia simplista que reforça o encanto dela pela vida a dois, ou o cansaço em ver tantos matrimônios se realizarem na sua frente. Mas ela persiste na busca pelo homem ideal. Nessa lida diária, conta com os amigos de trabalho Aníbal (Paulo Gustavo) e Nathalie (Daniele Valente).

Mas ainda assim há algo de bom nessa comédia do momento: os personagens não são histéricos ou exagerados, o humor não é baixo e o texto não se esforça pra arrancar risadas a todo instante e de qualquer coisa que atravesse a tela. Ainda que Paulo Gustavo roube muitos dos momentos engraçados da história, seu personagem não deixa de ser um repeteco, nos tiques e tipo de fala, de sua D. Hermínia de Minha Mãe é uma Peça.

O fator sexista que muitos irão enxergar no filme, já que a protagonista só pensa em se realizar enquanto mulher quando encontrar um homem, parece, no fundo, não tão marcado aqui. A busca por um outro, um companheiro para dividir alegrias e tristezas da vida é parte da natureza humana, sempre reprocessada pelo melodrama e pela comédia romântica. Aqui os elementos são os mesmos e os movimentos dos personagens não diferem muito, mas consegue divertir enquanto dura.

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